quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Desenredo

Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso.

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego
Eu me enredo
Nas tranças do teu desejo.

O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo.

O olhar que assusta
Anda morto
O olhar que avisa
Anda aceso.

Mas quando eu chego
Eu me perco
Nas tramas do teu segredo.

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe.

A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo.

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego
Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo.

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe.

Autoria: Douglas Moreira Gonçalves
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